Buenos Aires: Puerto Madero (e além dele)

Puerto Madero, Buenos Aires

Puerto Madero é uma região nobre de Buenos Aires que você precisa conhecer num fim de tarde, para passear ao longo das docas, ou de noite, lá pelas 22h, para jantar num dos vários restaurantes.

Puerto Madero era um porto utilizado para descarregar mercadorias e passageiros, mas com o aparecimento de embarcações maiores, ele ficou obsoleto e deixou de ser usado, sendo revitalizado na década de 90. Hoje essa região abriga prédios enormes, um navio-museu, parques, escritórios, hotéis e restaurantes. Um bairro inteiramente reconstruído e revitalizado, que hoje é um dos pontos turísticos da cidade. Tem até um site oficial.

Se estiver perto da av. Corrientes ou Calle Florida, pode descer pra lá à pé. Eu já estava andando desde a Recoleta, e quando cheguei ao Obelisco, fiz a besteira de pegar um táxi porque não tinha pesquisado antes, não sabia que era perto. Mas basta um tênis confortável e você anda quase Buenos Aires inteira. Por exemplo, nesse dia eu visitei todos esses pontos à pé: Livraria El Ateneo, Cemitério da Recoleta, a Floralis Generica, a Faculdade de Direito, o Obelisco, Puerto Madero e a Casa Rosada.

No fim de tarde, ainda estava quase tudo fechado, alguns bares abrindo, mas já tinha muita gente passeando. O vento estava bem forte e fazia uns 10º, era setembro, início da primavera!

Restaurantes em Puerto Madero

Andei até quase o final das docas, dei a volta e fui voltando pelo outro lado, mas na metade do caminho paramos num mercadinho pra comprar um refrigerante e, quando olhamos para a parte de trás, pensamos “O que tem lá atrás? Parece ser legal, vamos ver…” esquecemos o Puerto e fomos andando, chegamos a uma praça enorme, com muita grama e árvores, com hotéis enormes e lindos em volta, pessoas jogando bola, famílias passeando. E mais adiante, uma feirinha de comida e artesanato, um calçadão com mais barracas e até gente dançando.

Costanera Sur

Costanera Sur

Eu nem sabia qual o nome daquele lugar, a gente batizou de “lugar legal atrás de Puerto Madero”. Gostamos porque era um ambiente mais popular, com poucos turistas, várias barraquinhas de comida barata. Tudo isso somando com o clima gostoso e um fim de tarde agradável: adorei o lugar! Ficamos um pouco por ali e foi uma pena não poder ficar mais, porque logo escureceu, as barraquinhas foram fechando e as pessoas foram saindo.

Essa região que conhecemos por acaso é a área da Costanera Sur, fica entre a Reserva Ecológica Costanera Sur e o Puerto Madero propriamente dito. Logo em frente à entrada da reserva tem a Fuente de las Nereidas, feita de mármore.

Fuente de las Nereidas em Buenos Aires

Ali eu comprei um choripan, que é um pão com uma linguiça dentro, muito popular lá. Apesar de ser bem saboroso, a linguiça estava um pouco dura. Quando escureceu, voltamos para a “parte turística” de Puerto Madero, dessa vez caminhamos pela outra margem e atravessamos a Puente de La Mujer, que agora já estava iluminada de azul. O barco-museu estava ancorado lá, e a entrada era, se eu me lembro bem, 2 pesos. Pode ser uma visita interessante.

Fim de tarde em Buenos Aires

Noite em Puerto Madero, Buenos Aires

Saímos de Puerto Madero e aproveitamos para ver a Casa Rosada de noite. Ela fica muito, muito iluminada! Toda rosa e com luzes coloridas nas fontes.Não tem nem como se perder: ali nas docas já dá pra ver… “siga a luz (rosa)”!

Casa Rosada, Buenos Aires

Depois, pegamos o metrô e voltamos para o hostel. Foi um dia inteiro caminhando por Buenos Aires.

Casa Rosada e a Mafalda

Vou falar mais um pouco de Buenos Aires! Porque é bom lembrar dos dias legais que passei lá e porque se eu não escrever logo, esqueço. Pois é, para a minha cabeça, nem tudo o que é bom é inesquecível, infelizmente.  Alguém por favor avise meu cérebro de que ele deveria guardar as coisas.

No domingo 23.09.12 saímos já um pouco tarde do hostel pra fazer a visita à Casa Rosada. Eu não sei se esse passeio foi imperdível, acho que foi importante conhecer (eu não sabia nada sobre o lugar), mas pelo pouco tempo que tinha, acho que poderia ter visitado outros lugares.

Todos os domingos a partir das 10h começam as visitas guiadas gratuitas (ouvi dizer que também aos sábados e feriados). A fila na entrada era grande, mas andou rápido, detector de metais, saguão. Ali fica a Galeria de Patriotas Latinoamericanos, criada em 2010, cheio de quadros e informações sobre eles, como por exemplo Che Guevara, Getúlio Vargas, Tiradentes, Manuel Belgrano, Eva Perón, Hipólito Yrigoyen, Hugo Chavez e outros. Eu achei que ali já tinha começado o passeio, até que vi uma fila…

A fila do lado direito era para pegar a senha, demorou pelo menos meia hora. Com o papelzinho meio esverdeado que o cara disse que era celeste, fomos esperar na outra fila. Mais meia hora, e nosso grupo foi chamado. A guia perguntou de onde era todo mundo e tinha a) vários argentinos, b) uns 3 de língua inglesa e c) muitos brasileiros. E ela só falou em inglês e espanhol.

Andamos por várias salas, como: Salão das Mulheres, Sala da Presidência, Salão Norte, Salão Branco, Jardins Internos (vistos de cima)… Nem todos os ambientes podem ser visitados. Em um dos corredores, por exemplo, você não pode parar pra tirar foto, tem que passar andando sem parar ali. Muito mármore, tapeçarias, pinturas, luzes e dourado.

Na saída, já passando da 1h da tarde, fomos procurar a Calle Defensa para seguir por ela até a Feira de San Telmo. Demos uma voltinha básica e nos afastamos umas 5 quadras dali, pra depois voltar e ver que a rua era na verdade BEM AO LADO da Plaza de Mayo onde fica a Casa Rosada. No começo da rua já começam as barraquinhas: lenços, cachecóis, ímãs, camisetas… E você olha pro fim da rua e não vê o fim. E ela toda cheia de cabecinhas que se perdiam no horizonte… Fomos seguindo o fluxo, parei em algumas banquinhas pra ver os preços, mas eu estava numa fase tão mão de vaca nessa viagem que não me atrevia a comprar nada.

Depois de andar uns minutos vi uma banquinha única até então, de temperos, pimentas e doce de leite. Vi um vidro de molho de pimenta com outras coisas dentro e a etiqueta “Chimichurri picante”, na hora lembrei da tia Kátia que, quando soube que eu ia pra Argentina, me recomendou comer carne com chimichurri. Comprei um vidro (28 pesos) pra mãe porque ela adora pimenta e sempre compra nas cidades que visita. E foi só, mais nada de lembrancinha pra ninguém porque a Argentina não é mais um país tão barato pra compras!

Logo começaram a aparecer (por trás das banquinhas na calçada) as lojinhas de antiguidades, símbolo da Feira de San Telmo. Aliás, antes de ir eu achava que essa feira era só de coisas antigas mesmo, mas na verdade também tem muita coisa atual, roupas, souvenirs etc. Tem inclusive uma lojinha chama Oh My Love que é tipo uma Imaginarium, cheia de coisas fofas e bacanas e ótimas pra presentes. Mais adiante, vi uma sorveteria Abuela Goye e como ainda não tinha experimentado o famoso sorvete de dulce de leche, fui lá gastar 16 pesos em um copinho “chico”. Mas o sorvete era muito bom!

Pra comer, eu não queria perder tempo num restaurantes, olhando o cardápio, esperando a comida chegar… apesar de gostar de comer isso me parece perda de tempo numa viagem curta. Várias pessoas recomendam o Desnível, dizem que a comida era boa e barata. Até cheguei a entrar lá mas estava muito cheio. Também vi a Brasserie Petanque, de comida francesa, que vi no blog Matraqueando, mas também não quis gastar uma hora lá, e olha que a comida nem é cara, o menu du jour pelo menos.

Nem precisou olhar no mapa para ver quando chegaríamos até o cruzamento da Defensa com a Chile – na esquina do lado esquerdo tinha um banquinho, uma estátua e uma fila de pessoas pra tirar foto com ela: a Mafalda! ❤ ❤

Eu adoro as tirinhas e a estátua era praticamente um ponto turístico pra mim. esperei uns minutinhos na fila e logo sentei com ela pra tirar as fotos. Só era uma pena estar tão cheio ali, nem deu pra bater um papinho ou tirar mais fotos com ela. Aí é só rezar pra você não ter ficado horrível na foto.

De novo olhamos para o fim da rua e… de novo não dava para ver o fim. Só um rio de cabecinhas que seguia reto até sumir ao longe… Arregamos! Não deu ânimo de ir até o final, já estava cansando, com fome e a rua estava muito cheia. Passei numa lanchonete e comprei empanadas (eu já estava viciadas, são gostosas e baratas e tem em toda esquina – mas as nossas saltenhas são bem melhores!) pra levar. Voltamos pela longa rua no caminho contrário e pegamos o metrô.

Pra onde? Fica para outro post!

Zoo de Buenos Aires

Depois do Jardim Botânico, o segundo passeio em Buenos Aires foi o Zoo. Achei que ele seria bem pequeno, por ser no meio da cidade, mas andamos bastante lá e gastamos mais ou menos umas 2 horas, isso porque não fizemos o passeio completo, que era mais caro (peguei a entrada geral, 30 pesos). Logo na entrada tem um lago que dá vontade de nadar =/ infelizmente só os patos têm permissão para fazer isso. Com um pouco de inveja deles, fomos andando e olhando o mapinha.

Amei o urso polar! Nunca tinha visto um, e ele ficava brincando com um pneu, pulando na piscina, rolando, mergulhando… Se quiser ver um pouquinho da fofura, tem um vídeo no final do post com algumas imagens que gravei lá. No final do passeio passamos por ele de novo e ele só estava andando pra frente e pra trás… O Zoo é bem cuidado e bonito, muitos animais! Lhamas, elefantes, onças, tigre branco, leão branco, ursos, zebras, girafas, hipopótamos, rinocerontes, dromedário, além desses bichinhos que eu não vi o nome, que ficam andando pelo Zoo todo, entrando nas jaulas e lagos:

Como passeio à parte, lá dentro, tem o Reptilario e o Aquário, mas não entramos nesses. É um passeio imperdível se você está com criança, elas vão amar! Também tem barraquinhas para comprar brinquedos e lembrancinhas, ou pra comprar comidinha para dar aos animais.

O Zoo tem lanchonete, mas achei que seria caro então saímos pra comer na rua. Depois me arrependi, porque fiquei rodando a Santa Fé meia-hora, o Burguer King estava muito cheio, eu não conseguia escolher logo alguma coisa, depois acabei comprando um super pancho, sprite e um alfajor num quiosque. Bem sem graça, mas fomos comer no Jardim Botânico, que a essa hora já estava cheio.

Tem gente que fica com dó de ver os bichos assim “presos”, mas eu acho que é bem melhor do que eles estarem sendo caçados por aí ou explorados em circos. Não é de hoje que as cidades estão crescendo, as pessoas caçam e extinguem grande parte da fauna pra vender e lucrar, então um lugar como esse, bem cuidado, com lugares espaçosos e bem equipados para os animais, não é maltrato.

Clique nas fotos para ampliar:

Jardim Botânico, Buenos Aires

Quando eu era criança e morava em Fátima do Sul – MS, o único exemplo de “Jardim Botânico” que a gente tinha era o Horto – um quarteirão cercado com grade, cheio de árvores e uma trilha dentro. Fui lá algumas vezes, e era só isso mesmo, árvores com algumas plaquinhas.

Em 2011, fui para o Rio de Janeiro e aí sim conheci um Jardim Botânico – ou parte dele, porque é gigante! E mesmo não sendo uma pessoa fanática por árvores e natureza, quando fui pra Buenos Aires o Jardim de lá entrou fácil no roteiro. Primeiro porque a localização é super fácil de chegar, fica a umas 5 quadras do Hostel Mt Soho onde fiquei, mas também dá pra chegar de metrô (Est. Plaza Italia) ou ônibus.

Passamos por lá num sábado de manhã, estava bem vazio, só com alguns senhores e senhoras caminhando ou sentados nos banquinhos, um casal tirando fotos, e muitos, muitos gatos espalhados, uns dormindo, outros comendo ração que ficava embaixo de uma árvore. Poucas flores – ainda era o segundo dia de Primavera, não vamos ser exigentes. Tem algumas fontes, muitos bancos pra sentar, banheiros, e o prédio principal logo na entrada, mas nem tive a ideia de entrar lá. Ficamos só passeando (nos perdemos uma vez) e aproveitando a tranquilidade do lugar.

Ao mesmo tempo, era só atravessar a rua e lá estavam os prédios no charmoso bairro de Palermo, e o pensamento de “essa gente que mora aqui é muito sortuda”.

Um hostel em Palermo, Buenos Aires

hostel em buenos aires

Ainda na depressão pós-viagem “Buenos Aires é linda quero morar lá”, vou começar a detalhar algumas coisas que vi por lá. Primeiro, onde fiquei: no hostel Mt Soho.

Fiquei lá de 21 a 26.09, num quarto de casal. Era pra ser sem banheiro privado, mas quando chegamos lá eles nos deram um quarto com banheiro. O preço foi R$400 e pouco para as 5 diárias. (eu e minha memória ruim, devia ter anotado!)

Localização: fica no bairro Palermo, que eu achei perfeito! A 4 ou 5 quadras das estações de metrô Plaza Itália e Scalabrini Ortiz, do Jardim Botânico na Av. Santa Fé, do Zoo de Buenos Aires, perto também do Jardim Japonês e outros pontos turísticos. Nas ruas em volta do hostel tem muitas lojas, bares, restaurantes, cafés, Starbucks, Freddo, pracinhas, enfim, adorei o bairro! Como é perto do metrô, dá pra ir pra qualquer lugar facilmente, tem muitos pontos de ônibus perto também.

O Hostel: é bom, bem bonitinho, os quartos têm temas como The Beatles, Disco, Incas. O hostel é pequeno, tem uns 6 ou 7 quartos só, o café da manhã começa 9:30. Isso foi outra coisa que não constava na reserva que fiz no Booking.com, mas quando chegamos lá, estava incluído. A equipe foi simpática e nos ajudou em tudo. Cozinha pequena, um PC com internet, wi-fi grátis em todos os ambientes.

No corredor, tem 2 banheiros pequenos e um lavado ao lado. São os banheiros dos quartos compartilhados.

O quarto: o nosso foi o The Beatles *-* com cama de casal e banheiro privativo. O banheiro era bem pequeno, mas o chuveiro era ótimo e a pia também tinha água quente.

Obs.: A úncia coisa que não foi tão legal e poderia ter atrapalhado, foi uma confusão que eles fizeram com as minhas reservas. Eu reservei pelo Booking.com com uns 2 meses de antecedência. Faltando 1 mês, mandei e-mail pro hostel confirmando a reserva, eles responderam prontamente e estava tudo ok, mas quando o Thiago chegou lá, eles não tinham reservado, por sorte o quarto masculino tinha uma vaga. Enquanto estávamos lá, um casal chegou, eles tinham feito reserva, mas não tinha quarto pra eles! Ou seja, é bom ficar bem atento, mandar e-mail várias vezes e/ou ligar lá pra confirmar sua reserva, pra não correr o risco de chegar lá e não ter vaga e ter que ir procurar outro em cima da hora. Fora isso, recomendo muito, gostei do lugar e principalmente do bairro!

 

Site: http://www.mtsoho.com.ar

Endereço: Guatemala 4612, entre Armenia e Gurruchaga.